Eu li #12 - O Dia do Curinga - Um enredo mágico e filosófico

Oie!

Saudades dos posts literários!! Mas antes de falar sobre "O Dia do Curinga", de Jostein Gaarder (mesmo autor de O Mundo de Sofia), adianto para quem não leu: É um desafio aos caçadores de respostas referentes a essa maravilha que é viver. Certamente, uma excelente pedida para quem não tem medo de se aventurar nos princípios de filosofia e costuma se perguntar às vezes: "Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?". Mas a surpresa é que, assim como O Mundo de Sofia, não é um livro massante, teórico, técnico. É um enredo romanceado, com uma pitada de imaginação e um desfecho, no mínimo, surpreendente e questionador. Por isso o desafio.

O livro conta a aventura de Hans-Thomas e seu pai, que atravessam a Europa, da Noruega até a Grécia (berço dos grandes pensadores!), em busca da mãe que os havia abandonado para "se encontrar". E a história já começa com um fato curioso. O pai de Hans colecionava curingas de baralhos. 

A viagem se torna uma aventura quando, em uma parada para abastecer, Hans ganha de presente de um estranho, um livrinho misterioso, com a condição que o leria em segredo. Depois disso, Hans descobre um mundo a parte e em paralelo, inicia com seu pai profundas conversas filosóficas. Sem dúvida, uma iniciação à busca do conhecimento – ou à filosofia. 

Num geral, achei o livro de uma linguagem tranquila. Quando pensamos em filosofia sempre arremetemos o pensamento a um assunto cheio de palavrões e incógnitas. Mas Jostein Garden combinou bem a filosofia com um romance literário. E cheio de fantasia !! Outro detalhe é que cada capítulo do livro faz referência a uma carta do baralho.

“Toda manhã vocês se levantavam e saíam para o trabalho. Na verdade, porém, vocês nunca estiveram de fato acordados. Pode ser que vocês tenham visto o sol, a lua e as estrelas no céu, e também tudo o que existe e se move sobre a terra… Mas vocês nunca viram todas essas coisas como elas realmente são. No caso do curinga é diferente, pois ele veio ao mundo com o defeito de ver coisas demais e de ver todas elas em profundidade!” (pg. 295).

Bom, para quem gosta de um apelo filosófico, recomendo ! Certamente se identificará com o livro, que menciona inclusive dois grandes pensadores da história da humanidade, Sócrates e Platão. Mesmo para quem nunca leu sobre o assunto, mas curte uma história fantástica e repleta de imaginação, casada com um romance bem conduzido, recomendo também. Será pelo menos, uma leitura diferente e mágica.

Beijos!