Hoje vou falar sobre um livro que li no ano passado. Ele deveria fazer parte das metas de um projeto de leitura que estava participando, mas que infelizmente precisei abandonar devido aos compromissos de escritora e mudanças significativas na minha vida pessoal. O projeto consistia em fazer um trabalho de scrapbook para cada leitura, mas o que restou foram apenas as leituras. Bom, menos mal não desistir de tudo né? (rs)
Conheci o trabalho do escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón, com o livro "Marina" (que ainda não resenhei), mas foi com "A Sombra do Vento" que ele me conquistou. Depois de ler duas obras suas, vejo em Zafón mais do que um escritor. Acho que ele faz arte com as palavras, pois mistura gêneros em um mesmo livro dosando tudo na medida certa. Não quero parecer exagerada, mas esse livro me prendeu logo na primeira página!
Basta eu dizer que o livro conta a história de Daniel Sempere (por ele mesmo), um menino de dez anos que é levado por seu pai, na véspera de seu aniversário, a um lugar secreto na livraria da família, chamado "Cemitério dos Livros Esquecidos"? Não basta?
Então vamos lá. A história se passa em Barcelona, década de 40, após o fim da Guerra Civil Espanhola. O "Cemitério dos Livros Esquecidos" é guardado por um velho meio ranzinza, mas muito profissional, pela maneira como o lugar é organizado. Daniel precisa escolher um livro, a pedido de seu pai, para servir a ele como elo de ligação com o lugar misterioso. Ele seria o cuidador daquele livro e escolhe "A Sombra do Vento", cujo autor chama-se Julian Carax. Depois de ler, ou melhor, devorar o livro, Daniel sente curiosidade para conhecer a vida e obras do autor. Só que a partir daí, quanto mais ele procura, menos ele encontra, e mais coisas estranhas começam a acontecer. Então ele decide investigar o passado do autor e mergulha em uma trama sensacional! Não encontrei pausas durante o livro, as revelações vão aparecendo no desenrolar da história e algumas descobertas se fazem antes do final. Mas a gente percebe que só descobriu porque Zafón quis que isso acontecesse, e ainda asim ele conseguiu me deixar confusa com alguns comportamentos dos personagens. O autor realmente possui uma maestria impressionante para narrar, a gente desconfia de muita coisa, mas só tem certeza no final.
Barcelona em 1945 - via EL MARENOSTRUM |
Na minha opinião é um livro muito bem estruturado e impressionante. Os personagens são muito bem escritos e alguns ganham proporção maior, conforme Daniel os conhece. De linguagem diferenciada dos livros contemporâneos (geralmente comerciais), me senti lendo um clássico. E ao mesmo tempo, a narrativa como um todo tem um formato gostoso de se ler. Ah gente, é difícil de explicar. Os amantes da literatura (e de livros!) entenderão quando lerem. Que tal uma "palhinha"? Tá aí.
Acabei descobrindo que existe uma coleção chamada "Cemitério dos Livros Esquecidos", composta por três obras de Zafón, onde "A sombra do vento" seria a primeira. As histórias são independentes e já coloquei na minha lista os outros dois: "O jogo do anjo" e "O prisioneiro do céu". Se forem tão bons quanto este, me tornarei fã eterna deste talentoso escritor espanhol. =)
Beijos!
1 comentários:
Que legal, estamos em sintonia literária sem saber.Eu estava pesquisando alguns livros no submarino e me deparei com esta obra,li a sinopse, fiquei encantada. Vi sua resenha e me apaixonei mais ainda.
Desejo em breve ler esta coleção.Obrigada por sua contribuição.Continue sempre nos agraciando, com suas aventuras literárias,ok.
Nice
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