28 de abril de 2016

Eu li #62 - Paris é uma festa

Oi gente!

Hoje vou mostrar um livro, resultado de uma troca no Encontro Literário que organizei no meu aniversário. Não foi o título que me atraiu, mas o autor. Depois que li "O Velho e o Mar", de Hemingway, estou com uma lista de livros do autor para ler. Estou apaixonada por sua escrita direta e sem rodeios. E nesse livro, "Paris é uma festa", ele escreve sobre um período da sua vida em que morou em Paris, entre 1921 e 1926. Na verdade foi o resultado de uma mala encontrada por ele mesmo em um portão, muito tempo depois, em 1956, que continha anotações de várias passagens pelos anos em Paris. Então ele transcreveu as anotações e em 1964 (três anos após a sua morte), o livro, que é quase uma auto-biografia, surgiu nas prateleiras. Eu defini o livro como "Memórias de Hemingway em Paris", pois em alguns momentos pareceu-me um diário do autor.


Pouco antes de chegar em Paris, ele casa com a primeira esposa, Hadley Richardson. O motivo da mudança para lá é que ele se torna correspondente na Europa para o jornal canadense Toronto Star. Nesse período, eles viviam com o pouco dinheiro que essa função rendia, mas isso não os impediu de aproveitar bons momentos. "Paris é uma festa" descrevem vários locais em seus capítulos, mas foca nos cafés e restaurantes, porque eram os pontos de encontro dos escritores e pessoas ligadas à Literatura. E ele, como assíduo frequentador, acaba se relacionando com várias personalidades, que hoje também são conhecidos mundialmente, como F. Scott Fitzgerald, James Joyce e Ezra Pound.


Ele enfatiza muito a relação com F. Scott Fitzgerald (para quem não sabe o autor de "O Grande Gatsby"), que percebi ter sido o seu colega mais próximo, chegando a confidente. Hemingway conta detalhes da vida do amigo, como o fato da esposa de Scott ter muito ciúme do seu trabalho e atrapalhar muito sua rotina de escritor, o levando a beber e desconcentrar-se de seus objetivos. São recorrentes em "Paris é uma festa", as reflexões e opiniões de Hemingway sobre essas grandes personalidades que com ele conviveram. Isso me prendeu no livro, foi muito legal me sentir próxima a ele, pois na época ele estava em formação, não era conhecido e ainda estava trilhando o caminho.


"Paris é uma festa" é um livro especial a nós escritores. Ler memórias dessa rotina de um autor tão renomado, comprovando que sua trajetória não foi um mar de rosas e que no final das contas, ele era uma pessoa como nós, com medos, conflitos e paixões, é muito legal! Em alguns trechos ele inclusive narra sobre seu o processo criativo. Além disso, cita locais, obras e autores que com certeza agregam muito a quem escreve. Acabei descobrindo a escritora inglesa Marie Lowndes, que não conhecia e que produziu vários romances desde 1904 até sua morte. Hemingway a lia e agora também quero ler! Se alguém já leu algo dela, comenta e me indica!

Beijos!

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