24 de agosto de 2016

Eu li #81 - Sempre haverá um amanhã

Oi gente!

As resenhas estão atrasadinhas, mas considerando que o mês de agosto foi mais lento com as leituras, logo eu coloco o atraso em dia! Agora, em vésperas de Bienal, tá complicado sentar para atualizar o blog, mas hoje consegui um tempinho para deixar o registro de um livro muito especial que passou pelas minhas mãos no mês passado. "Sempre haverá um amanhã", de Giselda Laporta Nicolelis. Essa edição é antiga, imagino que a atual já deva ter outra capa. Porém, é do conteúdo maravilhoso dessa história, escrita para o público infanto-juvenil mas que atende a todas as idades, que eu vou contar um pouquinho para vocês.


O livro basicamente conta a história de uma menina, a Mahara, desde seu nascimento. Aliás, desde antes dele, quando ela ainda era muito desejada por seus pais e irmãos. Porém, embora ela tenha nascido aparentemente normal, logo acontece um fato inesperado: ela não chora como a maioria das crianças ao nascer. Seu pai, que é o narrador do livro em primeira pessoa, se preocupa mas diante dos laudos de que Mahara não apresenta indícios de nenhum problema, curte muito esse lindo momento.


Aos poucos, em casa, percebe-se que Mahara chora pouco e dorme muito. Toda essa mansidão é vista com estranhamento pelos pais, mais a pediatra revela que a criança é muito saudável. Até que certo dia, em uma visita de amigos, eles se dão conta que Mahara, perto de uma criança da sua idade, age muito diferente. Então os exames comprovaram o medo que os rondava. Constataram que Mahara sofria de um atraso psicológico. Parte triste! A autora descreveu de modo tão sensível que parece que acontece com a gente. Porque esse é um assunto super delicado, parece tão fácil explicar que a idade mental de uma criança não acompanha sua idade cronológica, mas na prática parece tão incompreensível pelas pessoas. E foi aí que os preconceitos começaram e que a história trouxe uma intensa reflexão sobre a reação das pessoas e como a sociedade lida com crianças especiais.


Só posso dizer que foi uma leitura emocionante. Houveram partes duras, em que eu não acreditava, onde Mahara sofria preconceito dos próprios irmãos. Não por maldade, mas porque nem eles entendiam direito o que acontecia com ela. A preocupação desse pai com o futuro de sua criança e seu amor infinito, defendendo-a de tudo e todos, é de doer. E então acompanhamos o desenrolar emocionante dessa história, até Mahara atingir a maioridade. E descobrimos como ela se saiu diante de uma sociedade preconceituosa e cruel. Pois é, aquela em que vivemos. ;-(

Recomendo a quem passa por uma situação assim. Recomendo a quem não passa. Recomendo principalmente a quem precisa entender que, limitações físicas e psicológicas não diminuem nem tiram a humanidade de ninguém. Muitas vezes, é bem o contrário.

Beijos!

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